Projeto setorial participou de oito feiras internacionais e realizou diversas ações para promoção da indústria brasileira no mercado externo
O Brazilian Health Devices, projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), encerra o ano de 2022 com balanço positivo. No acumulado de janeiro a novembro, as empresas associadas ao projeto e que seguem focadas em comercializar dispositivos médicos com o mercado externo, exportaram 15,8% a mais do que o registrado nos mesmos meses do ano passado.
A performance positiva está atrelada a diferentes fatores. O primeiro deles é que as feiras internacionais foram retomadas após os picos mais densos da pandemia de covid-19. Com isso, as fabricantes brasileiras conseguiram incorporar seus produtos às principais vitrines mundiais.
Mas não é só isso. Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO, relembra outros pontos que também podem ter influenciado o desenvolvimento do segmento. “Um dos motivos foi o excelente desempenho do setor no fornecimento de produtos para combater a covid-19, contribuindo com a cadeia global. Esse cenário alavancou a representatividade da nossa fabricação interna, que mostrou ter alta qualidade e ótimo custo-benefício. Além disso, não podemos esquecer que, este ano, vivenciamos o retorno de demandas represadas por outros produtos que não estavam relacionados à pandemia”, explica.
Os números do projeto são bastante representativos. Entre as associadas ao BHD, 72 empresas apresentaram crescimento nas exportações em 2022 e quatro passaram a exportar ou retomaram as exportações que estavam paradas há alguns anos.
Presença nos principais eventos internacionais
Ao longo de 2022, o BHD organizou pavilhões brasileiros em oito feiras de grande repercussão internacional. No primeiro semestre, as empresas viajaram para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para apresentar seus produtos durante a Arab Health, a AEEDC e a Medlab. Já no segundo semestre, o projeto se fez presente na FIME e na AACC, ambas realizadas nos Estados Unidos; na IDEM, em Singapura; e na Rehacare e na MEDICA, que aconteceram na Alemanha.
Com essas participações que envolvem todas as verticais representadas pela ABIMO, as participantes geraram mais de US$ 11,5 milhões em negócios. Porém, devido aos inúmeros contatos e prospecções que ocorrem durante esses eventos expositivos, a perspectiva total foi de consolidar mais US$ 58,4 milhões nos doze meses seguintes aos eventos.
Paralelamente à participação nas feiras, o projeto também realizou outras ações como missões prospectivas e comerciais no Egito e o Projeto Comprador, focado na comercialização de dispositivos médicos no território latino-americano.
Ações e perspectivas para 2023
“O desempenho das exportações do setor foi contínuo ao longo dos meses de 2022 e esperamos um cenário similar no próximo ano”, relata Larissa, enfatizando que a tendência é ver o Brasil ampliando sua representatividade no mercado global.
Em 2023, as empresas associadas ao BHD seguirão podendo participar dos pavilhões nacionais nas principais feiras globais do setor e o projeto analisa a ampliação do calendário, agregando também outras exposições, a exemplo da Africa Health e da IDEX. Estão sendo planejadas também missões comerciais e rodadas de negócios com representantes do México e do mercado africano ainda no primeiro semestre.
Externamente, é importante enfatizar as ações que estão em curso e prometem impulsionar as fabricantes brasileiras no mercado externo. Durante o processo eleitoral realizado no segundo semestre deste ano, ABIMO, ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para a Saúde) e ABRAIDI (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde) se uniram para o desenvolvimento de uma Proposta de Política Industrial (PPI) para o setor de dispositivos médicos.
Entre os diversos pontos apresentados neste documento, um deles diz respeito ao fortalecimento da imagem da indústria nacional como provedora de soluções, tecnologia e produtos na América Latina. “A proposta foi entregue às equipes de transição do novo governo e temos a expectativa de que muitas das demandas ali apresentadas sejam trabalhadas. Além do fortalecimento da nossa imagem no mercado global, outros pontos apresentados no projeto também contribuem com a internacionalização das nossas fabricantes por estimularem a inovação, o acesso ao crédito e a convergência regulatória”, explica Larissa.
Expectativa para renovação do convênio
O Brazilian Health Devices foi iniciado há duas décadas e bienalmente ocorrem as renovações do convênio entre a ABIMO e a ApexBrasil. Em 2023, os times se reunirão para discutir o biênio 2023/2025.
Além do resultado positivo das empresas participantes, que aumentaram consideravelmente suas exportações neste ano, é importante enfatizar que o projeto vem ganhando novas proporções no país. “No atual convênio, recebemos a associação de 15 novas indústrias de dispositivos médicos interessadas na internacionalização de seus produtos”, conta Larissa. Para 2023, o BHD seguirá focado em agregar mais empresas com potencial exportador.
Publicado em 12/12/2022