Adesão está abaixo do esperado e países como EUA e Israel tiveram casos de reintrodução do vírus
O Ministério da Saúde está preocupado com a baixa adesão à campanha nacional contra a poliomielite, já que o ideal é atingirmos pelo menos 90% de imunização e, em algumas regiões do país, esse percentual não ultrapassa 25%.
“Seguimos preocupados com a quantidade de crianças não vacinadas. Conseguimos superar esse vírus no século passado, mas países como os Estados Unidos e Israel tiveram casos de reintrodução do patógeno recentemente. Assim, corremos um grande risco de ter esse vírus circulando novamente por aqui”, diz Marcus Vinícius Dias, secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde.
No Brasil, o último caso confirmado da doença que pode acarretar paralisia nos membros inferiores ocorreu em 1989, porém na última semana surgiu uma suspeita (sem confirmação até o fechamento desta matéria) no estado do Pará. “Toda uma geração se desacostumou a ver casos de pólio, o que é excelente. Porém, hoje, somos vítimas do nosso sucesso”, complementa o executivo. Na visão dele, o fato de termos erradicado a doença baixou a guarda da população e é preciso que todos se empenhem em conscientizar os cidadãos brasileiros de que a única forma de prevenção é a vacina.
O incentivo às campanhas de imunização está alinhado ao conceito da campanha “Saúde Feita no Brasil”, ação que busca valorizar e fortalecer a indústria brasileira. Hoje, as fabricantes nacionais têm capacidade para atender a 80% de toda a demanda por seringas do país. No início de 2021, quando a vacinação contra a covid-19 foi iniciada no Brasil, as fabricantes investiram para aumentar a sua produção – que já era de 1,5 bilhão de unidades por ano – e, assim, garantir o abastecimento em todo o território nacional.
Hoje, reconhecendo a necessidade de uma união de esforços para que o país consiga vacinar 90% da população-alvo, a ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos pede a todos os seus associados que abordem o assunto junto aos seus colaboradores. “Não podemos permitir que a doença volte. Temos uma responsabilidade institucional e pessoal de levar nossas crianças para vacinar e, assim, garantir a saúde no nosso país”, comenta Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO.
Com o objetivo de ampliar a taxa de vacinados, a campanha vem sendo prorrogada em diversos municípios, mas é importante enfatizar que a vacina está sempre disponível nos postos de saúde, independentemente da campanha estar ou não ativa no momento. O Programa Nacional de Imunização recomenda a vacinação contra poliomielite para crianças entre 2 meses e 5 anos de idade como doses do esquema básico. Porém, todos devem aproveitar o momento para atualizar seus esquemas vacinais tomando as doses de reforço sugeridas e, também, aderindo à imunização contra outras doenças preveníveis.
Publicado em 06/10/2022