Com a presença dos diretores e de importantes nomes do setor, encontro enfatizou os caminhos para o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde
A última reunião de diretoria da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos e do SINAEMO – Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo, tratou das conquistas do setor industrial deste ano e das perspectivas para 2024. Com a presença dos diretores da Associação e de importantes nomes do setor, como Wallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), e o deputado federal Pedro Westphalen, presidente da Frente Parlamentar de Serviços de Saúde, o encontro foi realizado dia 6 de novembro na sede da entidade.
Uma das principais pautas em debate dizia respeito à ausência de políticas industriais fortes no país nos últimos 25 anos, período em que houve priorização do agronegócio, hoje muito competitivo mundialmente, em detrimento dos parques industriais, colocando o Brasil atrás de outros países no que tange a competitividade empresarial.
Para sanar essa questão, há um trabalho forte do atual time do MDIC na pauta da neoindustrialização, tema explicado por Lima que demonstrou muito respeito e admiração pela trajetória da ABIMO e enfatizou o trabalho do ministério para o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde. “Desde quando chegamos, a ABIMO tem se mostrado uma parceira muito estratégica para o apontamento de pautas relevantes para nossa proposta de neoindustrialização”, disse.
Segundo ele, o importante é mostrar, para a sociedade, que investir na indústria é trazer benefícios diversos para o país. “A política industrial não pode ter como finalidade a indústria em si, mas o impacto positivo que ela traz para os brasileiros”, pontuou.
Relembrando que a retomada do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial) durante a reconstrução do MDIC foi fundamental para essa perspectiva de garantir investimentos na produtividade nacional, Lima enfatizou que a pandemia de covid-19 mostrou, a todos, a importância de termos uma indústria forte e capaz de suprir as demandas de saúde internas. Isso porque o país se mostrou dependente de importações tendo de entrar em uma fila internacional para aquisição de itens básicos como, por exemplo, equipamentos de proteção individual essenciais para a atuação dos profissionais de saúde.
Westphalen, que há bastante tempo tem sido parceiro da ABIMO no tratamento de pautas estratégicas, também enfatizou a importância da entidade frente às necessidades de subsídios para que o parlamento possa atuar. “A ABIMO tem sido incansável em nos dar condições estruturais para que possamos nos reunir semanalmente em Brasília (DF) tratando de temas importantes para o setor de saúde”, como exemplo, o deputado citou a atuação da Associação frente à reforma tributária, ao reajuste da Tabela SUS e ao avanço em pesquisa clínica.
Visão da indústria
Durante a reunião, foram apresentadas visões da indústria brasileira quanto à necessidade de reindustrialização do país e o papel da ABIMO no processo de defesa e construção setor, buscando concretizar os avanços conquistados na reforma tributária, bem como na solução de desafios importantes que afetam a saúde.
“Esse ano foi pesado. Criar pontes não é fácil. Um sistema de saúde forte só será possível com um setor industrial forte e é para isso que a ABIMO trabalhará ao longo de 2024”, declarou Jamir Dagir Jr, presidente da Associação.
Também participando do evento, Luiz Antônio Saldanha Rodrigues, da SR Seringas, reforçou a importância da nossa indústria ser capaz de suportar todas as demandas internas: “Temos que exportar o excedente, mas nossa obrigação é primeiramente abastecer o consumo nacional”.
As reuniões de diretoria da ABIMO serão retomas em 2024 para novos debates acerca das necessidades da indústria brasileira de dispositivos médicos.
Publicado em 07/12/2023