Exportações do Brazilian Health Devices crescem 10% no semestre, contrapondo retração do setor nacional no período

As empresas associadas ao projeto exportaram para 123 países entre janeiro e junho deste ano

As exportações das indústrias associadas ao Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) apresentaram, no primeiro semestre de 2023, crescimento de 10% no comparativo com o ano passado. O resultado vai na contramão do setor, que teve retração de 3,92% no período.

Reforçando o bom desempenho do projeto, aumentou também neste semestre a representação das exportações das fabricantes associadas frente ao montante nacional, indicador que vem apresentando crescimento contínuo nos últimos quatro anos. Nesse primeiro semestre, por exemplo, as exportações das empresas do BHD representaram 13,2% do total exportado pelo país, maior valor registrado desde 2019.

“Os índices positivos são reflexos das estratégias eficientes elaboradas pelo projeto, que analisa as melhores oportunidades de internacionalização, observando mercados atrativos e potenciais para a indústria nacional”, explica Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO. A fala da executiva se concretiza quando observado que há crescimento médio de 35,1% nas exportações para países onde o BHD realizou promoções comerciais nos últimos doze meses.

Setor nacional e suas verticais

O setor nacional de dispositivos médicos exportou US$ 433,5 milhões de janeiro a junho deste ano, valor 3,92% inferior ao registrado no primeiro semestre de 2022. Essa queda é explicada pela performance do segmento de laboratório, que teve um pico de vendas externas durante o período da pandemia de covid-19, e agora retoma aos seus patamares antigos.

No período analisado, a queda foi de 20%. “Considerando que, no auge da crise desencadeada pelo novo coronavírus, a vertical experimentou alta de quase 90% nas exportações, esse resultado é significativo”, pontua Larissa. Entre os produtos que passaram a ter muita demanda estavam reagentes de diagnóstico, essenciais para a detecção da infecção nos pacientes em todo o mundo. Com o controle da crise, a demanda caiu.

Paralelamente, o segmento de reabilitação se destaca entre os produtos exportados pela indústria brasileira de dispositivos médicos no primeiro semestre de 2023. Com crescimento de 26,52%, vertical exportou US$ 47,12 milhões, sendo que, desse montante, mais de 60% são de artigos e aparelhos ortopédicos, categoria que envolve produtos voltados à prevenção e correção de deficiências e sustentação e amparo de partes do corpo após doenças, fraturas ou cirurgias.

Destino das exportações O continente americano segue como o principal comprador dos dispositivos médicos brasileiros, tendo adquirido 65% de todos os produtos vendidos pelas fabricantes nacionais. Estados Unidos, Argentina, México, Colômbia e Chile foram os principais destinos das vendas do Brasil no período. O continente europeu adquiriu 23,45%, e Ásia, África e Oceania somaram, juntos, 11,55%.

Entre as empresas associadas ao BHD, o percentual de vendas para países da América é parecido com o do nacional: 63,28%. No projeto, no entanto, nações asiáticas foram responsáveis por 20,3% do total de exportações. “Podemos mencionar, aqui, que ABIMO e ApexBrasil promoveram a participação de indústrias brasileiras em feiras realizadas nessa região, a exemplo da SinoDental, na China, e da IDEX, na Turquia”, diz Larissa. Europa, África e Oceania, em conjunto, receberam 16,42% dos produtos das fabricantes associadas.

Publicado em 31/07/2023

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