Espaço organizado pelo Brazilian Health Devices reunirá empresas brasileiras focadas na internacionalização
A edição de 2022 da MEDICA, maior feira do segmento médico-hospitalar do mundo, marcará a 20ª participação do pavilhão brasileiro organizado pelo Brazilian Health Devices, projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). As expectativas para o evento que movimenta o mercado global são altas e as indústrias brasileiras embarcarão para a Alemanha focadas em abrir novos mercados e destravar possibilidades de negócios.
Neste ano, a feira que tradicionalmente acontece em Düsseldorf, será realizada entre 14 e 17 de novembro. No pavilhão brasileiro, as fabricantes nacionais estarão divididas em espaços voltados às áreas de equipamentos médicos, ortopedia e laboratório. Considerando que, em 2021, foram mais de 45 mil visitantes advindos de mais de 60 países e 3.500 marcas expositoras, a perspectiva é de que o espaço promova bons contatos para a internacionalização da produção brasileira.
“Os dispositivos médicos fabricados na Europa são tidos como referência de tecnologia, qualidade e desempenho, sendo a MEDICA o principal ponto de encontro das grandes indústrias do setor”, comenta Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO.
Estar na MEDICA é, de fato, uma excelente oportunidade de desenvolvimento, pois, além dos contatos extremamente qualificados que podem ser feitos durante os quatro dias de evento, quem participa está diante da maior vitrine mundial de dispositivos médicos. “Por lá, podemos analisar os concorrentes e as tendências de mercado”, diz Thales Mendonça, diretor da Atrasorb, uma das marcas que compõem o pavilhão brasileiro.
Na visão de Patrícia Braile, da Braile Biomédica, o ambiente da MEDICA também estimula a inovação. “A feira nos traz a possibilidade de conhecer novas tecnologias e oportunidades para nossa cadeia de suprimento. Por isso, a Braile enviará um time multidisciplinar para Düsseldorf, não só para buscar parcerias internacionais, mas também para o desenvolvimento de novos produtos”, afirma.
Estreando no evento, a HealTech espera alavancar os negócios na feira. “Estamos indo com a franca intenção de encontrar compradores e distribuidores para exportar os produtos da nossa marca”, diz Roberto Cauduro, que enfatiza que o envolvimento da companhia antes e depois da feira é intenso. “O trabalho a ser desenvolvido em uma exposição dessa magnitude requer um pós-feira totalmente dedicado, com muito empenho e atenção para a otimização dos resultados”, completa.
Perfil de negócios entre Brasil e Europa
A Europa está entre as principais compradoras dos dispositivos médicos brasileiros. Em 2021, as fabricantes nacionais exportaram US$ 157,9 milhões para países europeus, o que representa 21,1% do total daquele ano. A própria Alemanha – que sedia a MEDICA – bem como Bélgica, Espanha, Holanda, Irlanda e Suíça são exemplos de nações com boas relações comerciais com o Brasil.
Porém, as marcas que estarão no evento esperam ampliar essa carteira internacional de clientes, chegando a muitos outros países. A Atrasorb, por exemplo, seguirá para Düsseldorf com uma lista bastante extensa de nações a prospectar. Saindo dos gigantes europeus, a companhia tem interesse em dispor seu portfólio em locais como Albânia, Croácia, Lituânia e Montenegro. “Estar na MEDICA é muito bom, pois nos traz a oportunidade de encontrar um grande número de parceiros de uma única vez”, comenta Mendonça.
Para a Braile, o foco está em buscar novos distribuidores em países onde ainda não atuam, além de parcerias para fabricação e para aquisição de suprimentos e matérias-primas. “A feira MEDICA é a que abrange a maior quantidade de países e investidores em busca de parceiros internacionais para o nosso setor”, destaca Patrícia. Por isso, o time de vendas que estará no evento direcionará seus esforços em encontrar executivos de países como Espanha, França, Reino Unido, Noruega e Suécia.
Exportar para a Europa exige empenho para vencer os diversos desafios que despontam. Os entraves regulatórios são bastante densos, na opinião de Patrícia. “Esse é o maior desafio para a exportação de dispositivos médicos. Apesar de termos um órgão regulador forte como a ANVISA, ainda assim existem muitas diferenças das normativas dos países”, reclama. Mendonça concorda: “a maior barreira hoje são as certificações que são muito caras e exigem muito esforço do time regulatório”.
Na edição de 2021, que marcou o retorno à feira após o período denso da pandemia de covid-19, os contratos fechados pelas empresas brasileiras no evento renderam US$ 250 mil em negócios imediatos, com expectativa de chegar a mais de US$ 3 milhões nos doze meses seguintes.
Publicado em 28/10/2022