Aumento da demanda gerada pelas iniciativas deve auxiliar o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional

A cadeia produtiva da saúde no Brasil acaba de ganhar mais um importante impulso. A Portaria Conjunta nº 7.702, publicada no dia 28 de julho de 2025 pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Ministério da Saúde (MS), traz uma medida inovadora: permitirá que operadoras de planos de saúde troquem dívidas de ressarcimento ao SUS pela oferta de atendimentos especializados aos usuários do sistema público.
A ação integra o programa “Agora Tem Especialistas”, lançado com o objetivo de ampliar o acesso da população a serviços de alta complexidade, reduzindo filas para consultas, exames, procedimentos diagnósticos, terapêuticos e cirurgias eletivas. A expectativa inicial é converter até R$ 750 milhões em atendimentos, priorizando áreas como oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia, especialidades em que há maior demanda reprimida.
A adesão das operadoras ao programa será voluntária e, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ajudará a transformar dívidas de difícil recuperação em serviços essenciais à população, em áreas onde há bastante escassez no SUS.
Para a indústria brasileira de dispositivos médicos, o impacto é direto. Ao ampliar a oferta de atendimentos especializados e procedimentos de alta complexidade, a medida também aumenta a demanda por equipamentos, tecnologias e soluções médico-hospitalares produzidas no país, fortalecendo o ecossistema da saúde e gerando oportunidades para as empresas do setor.
A ABIMO, que acompanha toda a movimentação do setor, incluindo o lançamento, em janeiro de 2024, da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial que visa impulsionar o desenvolvimento da indústria nacional até 2033, enxerga iniciativas como essa com bons olhos para o fortalecimento da #saudefeitanobrasil.
“O programa Agora Tem Especialistas surge como uma oportunidade de o setor privado também participar da redução das filas para atendimento via SUS”, comenta Márcio Bósio, diretor Institucional da Associação.
O executivo pontua que, além de beneficiar diretamente a população brasileira, o movimento do Ministério da Saúde também fortalece e ajuda na sustentabilidade das associadas. “Há um grande potencial de estímulo ao investimento e ao crescimento da produção nacional”, diz.
Publicado em 05/08/2025