Exportações em risco: ABIMO fala à imprensa sobre o impacto do “tarifaço” norte-americano no setor de dispositivos médicos

Paulo Henrique Fraccaro, CEO da Associação, concedeu entrevistas a veículos nacionais para explicar os desafios trazidos pela decisão unilateral dos Estados Unidos

No início de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que ingressarem no território norte-americano. A medida, segundo o governante, entra em vigor no dia 1º de agosto e estaria relacionada à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A notícia gerou forte repercussão no Brasil. Para Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO, trata-se de um momento delicado, em que fatores econômicos se misturam a tensões políticas, ampliando a instabilidade e criando um cenário de incertezas para o setor produtivo. “O caminho mais sensato nesse contexto é o diálogo”, defende o executivo.

Os Estados Unidos ocupam papel estratégico nas exportações brasileiras, inclusive no setor de dispositivos médicos. Em 2024, as exportações brasileiras do segmento para o mercado norte-americano cresceram quase 30% em relação ao ano anterior, somando US$ 276,8 milhões e representando 23,58% de todas as vendas internacionais do setor.

“Diante da possível inviabilização econômica das exportações para os Estados Unidos, as fabricantes brasileiras devem considerar a diversificação de mercados, mesmo que isso demande investimentos em registros junto a agências reguladoras de outras regiões”, pontua Fraccaro.

Além de comprometer uma rota comercial relevante para a indústria brasileira, a nova tarifa acendeu o alerta do Governo Federal, que sinalizou a possibilidade de acionar a Lei da Reciprocidade, medida que prevê, entre outras sanções, restrições à importação de bens e serviços, suspensão de concessões comerciais e de investimentos, além de medidas relacionadas à propriedade intelectual.

Na avaliação de Fraccaro, essa não seria a melhor resposta. “Caso o Brasil decida aplicar a Lei da Reciprocidade, os dispositivos médicos produzidos nos EUA e comercializados no mercado brasileiro podem sofrer um aumento de até 30% nos custos”, alerta.

ABIMO na mídia

Desde o anúncio feito por Trump, em 9 de julho, a ABIMO tem sido acionada pela imprensa para comentar os possíveis efeitos do chamado “tarifaço” na indústria nacional de saúde. Paulo Henrique Fraccaro já concedeu entrevistas ao vivo à BandNews, à CNN e à Veja, e o tema vem ganhando destaque em diversos outros veículos de comunicação.

Reiterando que o momento exige cautela e diálogo, Fraccaro tem enfatizado à imprensa os impactos que a nova tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros pode causar tanto nas fabricantes nacionais quanto nos sistemas de saúde internacionais que dependem de dispositivos de qualidade e com preços competitivos.

Confira as três entrevistas ao vivo de Fraccaro para telejornais:

BandNews
CNN
Veja

Publicado em 24/07/2025

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