Setor alcança US$ 572,6 milhões em vendas internacionais; Estados Unidos seguem como principal destino, mas tarifa anunciada por Trump acende alerta
As exportações brasileiras de dispositivos médicos cresceram 7,5% no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 572,62 milhões. O resultado reflete o reconhecimento crescente da qualidade da #saudefeitanobrasil na cadeia global.
Esse crescimento também se reflete no desempenho das empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da ABIMO em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que somaram US$ 74,2 milhões em vendas internacionais no mesmo período.
Entre os 174 países que compraram da indústria brasileira no geral, os Estados Unidos continuam liderando como principal destino, com importações que superam US$ 150 milhões, mais de um quarto do total exportado. O número expressivo reforça a preocupação do setor diante do “tarifaço” anunciado pelo governo de Donald Trump, que pretende aplicar uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entrarem no país.
Logo após os EUA, os países latino-americanos figuram como importantes compradores da indústria brasileira: a Argentina aparece em segundo lugar com US$ 44,7 milhões, seguida por Colômbia (US$ 42,5 milhões), México (US$ 41,2 milhões) e Chile (US$ 29,4 milhões). Juntos, esses cinco mercados respondem por 53,7% do total exportado pelo setor.
O desempenho do trimestre inicial foi decisivo para esse crescimento. Apenas nos meses de janeiro, fevereiro e março, o setor acumulou US$ 288,4 milhões em vendas, impulsionando o resultado do semestre.
O que o Brasil exporta
Entre janeiro e junho de 2025, mais de 200 tipos de produtos foram exportados para diferentes regiões do mundo. Os itens médico-hospitalares representaram 66,3% do total e cresceram 6,27% no período. Entre os destaques estão categutes esterilizados para suturas cirúrgicas (US$ 76,1 milhões), válvulas cardíacas (US$ 49,3 milhões), sacos e bolsas de plástico para uso médico (US$ 37,2 milhões) e pensos adesivos (US$ 24,5 milhões).
A odontologia também segue em bom ritmo, com US$ 67,13 milhões exportados e alta de 7,45% em relação ao primeiro semestre de 2024. Já o segmento de reabilitação, com US$ 64,3 milhões, teve o maior crescimento percentual: 19,9%.
Brazilian Health Devices
As 135 fabricantes integrantes do projeto BHD, encerraram o semestre com US$ 74,2 milhões em exportações, resultado levemente superior ao do mesmo período do ano anterior.
Dentro do BHD, os produtos odontológicos representaram 33,9% do total, seguidos pelos médico-hospitalares (32,7%), reabilitação (30,6%) e laboratório (2,59%). Essas empresas comercializaram 190 produtos em 125 países, com destaque para EUA, Argentina, Colômbia, Chile e Paraguai como principais destinos. Em 68 desses mercados, houve aumento no volume exportado, o que demonstra maior confiança e fortalecimento das parcerias internacionais.
Outro dado positivo é que mais da metade das empresas participantes do BHD abriram novos mercados neste primeiro semestre, enquanto 27,4% passaram a exportar produtos que antes eram vendidos apenas no mercado interno. Destaque para artigos e aparelhos ortopédicos e de prótese, instrumentos e aparelhos de odontologia e de medicina, além de cimentos para obturação dentária.
Publicado em 17/07/2025