Associação esteve no evento realizado na primeira semana de setembro na capital, Nairóbi; objetivo é fazer ponte entre demandas africanas e a indústria brasileira
A ABIMO esteve em Nairóbi, no Quênia, para uma participação institucional na Medic East Africa em parceria com a Embaixada do Brasil local e o Ministério das Relações Exteriores. O evento, realizado entre 4 e 6 de setembro, reúne mais de 200 marcas expositoras de cerca de 20 países e recebe aproximadamente 8 mil visitantes. Representada por José Fernando Dantas, analista de Acesso a Mercados, a Associação teve a oportunidade de estudar o mercado do leste africano em busca de boas oportunidades de negócios para a indústria brasileira de dispositivos médicos.
“Fomos até o Quênia, que é um dos países mais representativos da região, para ver como funciona o sistema de saúde local e como é a relação dos países do leste africano com a compra de dispositivos médicos tanto pelos serviços públicos de saúde, por meio de licitações abertas pelo governo, quanto pelos privados, por distribuidores”, explicou Dantas.
Segundo o executivo, o Quênia é um país bastante dependente de importações nesse segmento. “Eles adquirem muitos produtos importados e há uma grande presença de dispositivos médicos chineses no mercado queniano. Como o produto brasileiro tem um bom diferencial de qualidade somada a custo-benefício, vimos um grande potencial para as fabricantes nacionais adentrarem ou expandirem suas atuações nessa região”, complementou o executivo.
O Quênia é um país com 45 milhões de habitantes e se posiciona, inclusive, como um hub de distribuição para países vizinhos. Até por isso, a ABIMO observou que a Medic East Africa recebe um público de compradores e distribuidores de nações como Uganda, Tanzânia, Somália e Etiópia em busca de bons negócios na área da saúde. “Vemos que a indústria brasileira interessada nesses países, além do Quênia, também encontra oportunidades positivas na feira”, comenta Dantas.
Em 2023, as exportações de dispositivos médicos ao Quênia somaram US$ 149 mil, crescimento de 67,6% em relação ao ano anterior. Nesse período, entre os produtos mais exportados estavam aparelhos de raios-x, para radiofotografia e radioterapia, instrumentos e aparelhos para oftalmologia e instrumentos para a odontologia. Importante enfatizar que o segmento médico-hospitalar se destaca como o maior contribuinte das vendas brasileiras ao país, com um volume de exportação de quase US$ 85 mil, crescimento de 43,6% em um ano.
Além de estudar o mercado local conversando com distribuidores visitantes, a ABIMO teve a chance de conhecer executivos da Kenya Association of Private Hospitals e da Kenya Medical Association, duas entidades bastante representativas do país.
“Voltamos com muitos contatos relevantes. Faremos, para eles, uma apresentação sobre o mercado de saúde brasileiro e sobre as associadas da ABIMO para iniciar um contato mais aprofundado com os distribuidores que conversamos durante os três dias de evento. Nosso objetivo é construir uma ponte entre as demandas desses distribuidores e as fabricantes brasileiras interessadas em novos negócios com o leste africano”, finaliza Dantas.
Publicado em 10/09/2024