Reunião aproxima OPAS e fabricantes brasileiras de dispositivos médicos

ABIMO promoveu encontro entre a Organização e empresas associadas ao Brazilian Health Devices

Na segunda-feira, 21 de outubro, a ABIMO promoveu um encontro entre executivos da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e representantes de fabricantes brasileiras de dispositivos médicos associadas ao Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O objetivo foi aproximar a indústria nacional da Organização especializada em saúde pública das Américas.

Iniciado às 14h com Paulo Henrique Fraccaro e José Fernando Dantas, respectivamente CEO e analista de Acesso a Mercados da ABIMO, e com Socorro Gross Galiano, representante da OPAS no Brasil, o evento trouxe, as empresas associadas ao projeto, explicações sobre todos os processos e critérios de elegibilidade para que uma fabricante de dispositivos médicos possa participar das licitações lançadas pela OPAS.

“Esse é um momento bastante importante para nossa entidade. Com essa reunião, tivemos a oportunidade de conhecer a delegação da OPAS e de entender como nós, fabricantes instalados no Brasil, podemos ser parceiras nos futuros contratos de dispositivos médicos para a OPAS que tem, como missão, fornecer produtos de saúde para grande parte do continente americano”, explicou Fraccaro.

Em sua fala inicial, Socorro abordou um tema muito importante: a necessidade de fortalecer a produção interna dos países do continente americano a fim de reduzir a dependência de importações de produtos para a saúde fabricados em outras localidades.

“Para a OPAS, essa é mais uma oportunidade de garantirmos o acesso a produtos para a saúde. Antigamente, tínhamos programas voltados, por exemplo, a medicamentos. Porém, somente após a pandemia começamos a trabalhar com outros setores. Depois da covid-19, quando vimos que somente 4% dos produtos utilizados nas Américas eram provenientes da região, o que nos tornou absolutamente vulneráveis, introduzimos essa política de estimular a produção interna. Então, estamos falando sobre soberania industrial e também sobre encerrar essa dependência tão grande de importação de dispositivos médicos”, disse.

Posteriormente, Santiago Cornejo e Daniel Rodriguez, gerente executivo dos Fundos Rotatórios Regionais e diretor de Compras e Gerenciamento de Suprimentos da OPAS, explicaram sobre a entidade e como funcionam as licitações voltadas à aquisição de dispositivos médicos.

Os Fundos Rotatórios Regionais (FRR) são mecanismos de cooperação técnica que permitem que as Américas tenham acesso equitativo a vacinas, medicamentos essenciais e suprimentos de saúde. Com isso, por meio da compra agrupada, os estados-membros obtém preços acessíveis e melhores condições ao planejar sua demanda em conjunto, garantindo benefícios e uma previsibilidade confiável.

Segundo Cornejo, hoje 27 agências de 42 países já utilizam os FRR, o que, nos últimos dois anos, impactou positivamente cerca de 180 milhões de pessoas. Além disso, foram adquiridas, por esse meio, aproximadamente 460 milhões de doses de vacina com economia de 50% e mais de 23 milhões de tratamentos e testes de diagnósticos.

Depois de explicar os dois fundos existentes (PAHO Revolvind Fund e PAHO Strategic Fund) que cobrem todas as necessidades de saúde dos estados-membros, garantindo o cumprimento dos requisitos internacionais de qualidade, o executivo deu detalhes sobre as linhas de crédito com baixas taxas administrativa praticadas pela Organização e quais são as ações propostas pela entidade para as novas prioridades, como, por exemplo, a abertura para a entrada de fabricantes de dispositivos médicos.

Na sequência, Rodriguez apresentou as oportunidades de crescimento para a região das Américas através do melhor aproveitamento da capacidade produtiva local. Com cases de sucesso como a modernização de 50 hospitais no Caribe e a entrega de 317 ambulâncias na República Dominicana, o representante listou quais os itens que vem sendo comprados pela OPAS: monitores de sinais vitais, eletrocardiógrafos, monitores de pressão arterial, ultrassons, equipamentos de raio-x, monitores e dopplers fetais, incubadoras, torres de laparoscopia e ventiladores.

Falou, também, sobre os critérios de elegibilidade, como a evidência de que o produto possui autorização de comercialização conforme a classificação de risco, pelo menos por um dos sistemas reguladores de referência e a necessidade de conformidade com normas específicas, com especificações técnicas e a apresentação de garantia, treinamento e serviço técnico. Importante enfatizar que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está nessa lista de reguladoras associadas.

Por fim, todas as empresas participantes do encontro on-line tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas para, então, participar dos processos licitatórios da OPAS.

O evento foi exclusivo para as empresas associadas ao BHD. Para mais informações sobre o processo, entre em contato pelo e-mail export@abimo.org.br.

Publicado em 24/10/2024

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